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quinta-feira, 12 de julho de 2012

 Educação de alunos DA

Na discussão sobre a educação dos surdos, devem-se relevar as necessidades e dificuldades lingüísticas dos mesmos. Atualmente, entende-se, na educação desses alunos, a primeira língua deve ser a de sinais, pois possibilitam a comunicação inicial na escola em que eles são estimulados a se desenvolver, uma vez que os surdos possuem certo bloqueio para a aquisição natural da linguagem oral.
O ensino de libras vem sendo reconhecido como caminho necessário para uma efetiva mudança nas condições oferecidas pela escola no atendimento escolar desses alunos, por ser uma língua viva, produto de interação das pessoas que se comunicam.
Essa linguagem é um elemento essencial para a comunicação e fortalecimento de uma identidade Surda no Brasil e, dessa forma, a escola não pode ignorar no processo de ensino aprendizagem.
            A educação inclusiva se orienta pela perspectiva da diversidade, com metodologias e estratégias diferenciadas, com responsabilidade compartilhada, cuja capacitação do professor passa pelo conhecimento sobre a diversidade, com a família, responsabilidade para com o exercício da profissão. As transformações acontecem na atividade principal, quando o aluno esta dentro da sala de aula.
Este é o principal motivo de haver modificação, pois sem ela, não haverá mudança, considerando que as relações e a constituição do ser humano acontecem nas situações mais ocultas da vida.
Segundo Quadros (1998, pg. 64), assim como as línguas faladas às línguas de sinais não são universais: cada país apresenta a sua própria língua. No caso do Brasil, tem - se a LIBRAS.
O ensino de dessa linguagem é uma questão preocupante no contexto da educação dos surdos, pois o reconhecimento da importância do estudo da mesma no ensino de surdos, ainda é deixado de lado. Portanto há uma necessidade maior de reflexão no sentido de evidenciar a sua importância.

De acordo com FRITH (1985,1990 p. 1503):
“A dislexia do desenvolvimento consiste numa interrupção da progressão da leitura ao longo dos estágios logográfico, alfabético e ortográfico. Nessa dislexia, a criança tem dificuldades para progredir do estagio logográfico ao alfabético, e em desenvolver a rota fonológica. Assim, ela tende a fazer leitura visual de um conjunto limitado de palavras de sobrevivência de alta freqüência que conseguiu memorizar, e comete erros visuais envolvendo a composição grafêmica das palavras”.

A principal função da escola é possibilitar ao aluno adequar-se ao conhecimento ensinado pelo professor. Neste processo de ensino aprendizagem, os conceitos oferecidos pela escola interagem com os conceitos do senso comum aprendidos no cotidiano e, nessa interação é que a escola reorganiza os ensinamentos modificando-os, que se consolidam a partir do senso comum.
Para essas reflexões serem realizadas, as bases teóricas foram buscadas em estágios em salas de aula, em questionários aplicados a professores especializados e em bibliografia de outros autores como: Heloisa Maria Moreira Lima Salles, Enilde Faulstich, Orlene Lúcia Carvalho, Ana Adelina Lopo Ramos, Carlos Skiliar, entre outros, pois desenvolvem pesquisas e análises de suma importância apresentado no devido artigo.


A LIBRAS – Linguagem Brasileira de sinais

A libra, não é apenas uma linguagem, uma vez que prestam as mesmas funções das línguas orais, pois ela possui todos os níveis lingüísticos e como toda língua de sinais, a LIBRAS é uma língua de modalidade visual-gestual, não estabelecida através do canal oral, mas através da visão e da utilização do espaço.
 Como a língua de sinais se desenvolve de forma, é lógico e aceitável que os surdos se comuniquem naturalmente utilizando as mãos, cabeça e outras partes do corpo, por estarem privados da audição.
 Sobre isto, SALLES (2004), menciona:

“A LIBRAS é adotada de uma gramática constituída a partir de elementos Constitutivos das palavras ou itens lexicais e de um léxico que se estruturam a partir de mecanismos fonológicos, morfológicos, sintáticos e semânticos que apresentam também especificidades, mas seguem também princípios básicos gerais. É adotada também de componentes pragmáticos convencionais codificados no léxico e nas estruturas da LIBRAS e de princípios pragmáticos que permitem a geração de implícitos sentidos metafóricos, ironias e outros significados não literais. A LIBRAS é a língua utilizada pelos surdos que vivem em cidades do Brasil, portanto não é uma língua universal.”

Desenvolvimento da pessoa surda

A relação entre o homem e o mundo acontece mediada pela linguagem, porque permite ao ser humano planejar suas ações, estruturar seu pensamento, registrar o que conhece e comunicar-se.
A língua é o principal meio de desenvolvimento do processo cognitivo do pensamento humano. Por isso a presença de uma língua é considerada fator indispensável ao desenvolvimento dos processos mentais.
A disposição de um ambiente lingüístico é necessária para que a pessoa possa sintetizar e recriar os mecanismos da língua. É através da linguagem que a criança percebe o mundo e constrói a sua própria concepção. Com bases na pesquisa realizada a Escola Municipal Geraldo Caldani, percebemos que os surdos possuem desenvolvimento cognitivo compatível de aprender como qualquer ouvinte, no entanto, os surdos que não adquirem uma língua, têm dificuldade de perceber as relações e o contexto mais amplo das atividades em que estão inseridos, assim o seu desenvolvimento e aprendizagem ficam fragmentados.
Segundo Lúria (1986), os processos de desenvolvimento da linguagem incluem o conjunto de interações entre a criança e o ambiente tornando-se necessário desenvolver alternativas que possibilitem os alunos com surdez adquirir linguagem aperfeiçoando esse potencial.
Quando uma criança surda tem acesso a sua língua natural, ou seja, a língua de sinais, ela se desenvolve integralmente, pois tem inteligência semelhante a dos ouvintes, diferindo apenas na forma como aprendem que é visual e não oral-auditiva. No entanto, a maioria das crianças surdas vêm de famílias ouvintes que não dominam a língua de sinais, e por isso, é essencial a imersão escolar na primeira língua das crianças surdas, já que essa aquisição da linguagem permitem o desenvolvimento das funções cognitivas.



Reflexão sobre o fracasso educacional dos surdos

A falta de compreensão e de produção dos significados da língua oral e o analfabetismo na escola antiga, a mínima proporção dos surdos tinham acesso a estudos de ensino superior, pois estava escassa a qualificação profissional para o trabalho, e estes são motivos para várias justificações impróprias sobre o fracasso na educação dos surdos. Uma delas, está a culpabilizacao aos professores ouvintes por esse fracasso e a localização do fracasso nos processos dos métodos de ensino – o que esforça a necessidade de sistematizá-los ainda mais, de torná-los mais rigorosos e impiedosos com relação aos surdos.
Nesses tipos de justificações, evita-se a denuncia do fracasso da escola, da educação e do compromisso da responsabilidade do Estado.
Os que fracassam em relação aos surdos são os direitos lingüísticos e de cidadania quanto, as teorias de aprendizagem que refletem as condições cognitivas dos surdos.
O que se faz necessário quanto à presença do fracasso, é o surgimento de novas teorias e variadas perspectivas. Chegamos à conclusão que a educação dos surdos não fracassou, ela apenas conseguiu os resultados previstos em função dos mecanismos e das relações de poderes e de saberes atuais.
Em relação a isso foram questionadas as formas de processo de ensino aprendizagem e quais são os processos e as metodologias utilizadas na Escola Municipal Geraldo Caldani.
Os professores têm o auxílio necessário da equipe pedagógica e freqüentam cursos de LIBRAS semanalmente, utilizando sempre o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola que é adequado para proporcionar uma metodologia diversificada e eficiente para que haja interação entre professores e alunos em sala de aula para se obter resultados significativos.
Também são usados recursos visuais diferenciados com o objetivo de proporcionar melhor entendimento dos conteúdos explanados no decorrer das aulas tanto no espaço como nos recursos usados em sala de aula na qual possui laboratório de informática com acesso a internet e vídeos diversificados adaptados em libras e coleção do dicionário enciclopédico ilustrado trilíngue da LÍNGUA de Sinais Brasileira.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


GÓES, Maria Cecília Rafael; LACERDA, Cristina Broglia Feitosa. Surdes, Processo Educativo e Subjetividade. São Paulo: Lovise, 2000.


GÓES, Maria Cecília Rafael; Linguagem, Surdez e Educação. 2ª ed. Campinas, SP: autores associados, 1999. – coleção (educação). contemporânea)


SALLES, Heloisa Maria Moreira Lima; FAULSTICH, Enilde; CARVALHO, Orlene Lúcia; RAMOS, Ana Adelina Lopo. Ensino de Língua Portuguesa para Surdos, vol. 1 - caminhos para a pratica pedagógica, Programa Nacional de Apoio à Educação dos Surdos, 2004.


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